As ditaduras na América do
Sul, todas, tiveram início nos anos 1960, em meio à Guerra Fria. Como modo de
impedir os países sul-americanos de aderirem ao socialismo, os Estados Unidos
estavam por trás de todos os golpes militares. Mas estes regimes duraram até o
fim da União Soviética, quando os países se encontravam com uma economia
deficiente e muita pressão internacional (principalmente Estados Unidos, agora
procurando mercados consumidores). Após demasiada insatisfação popular,
perseguições e torturas, os regimes militares na América do Sul tiveram seus
fins até 1990.
O processo de abertura
política no Brasil iniciou-se com o governo de Ernesto Geisel, que propôs uma
abertura "lenta, gradual e segura". Os fatores que levaram a esse
processo foram: o esgotamento do "milagre" brasileiro, as crises do
petróleo, a moratória do México, aumento dos juros no mercado internacional e
pressão popular e de outros países. No mandato de Geisel, a Lei da Segurança
Nacional foi modificada, o AI-5 foi revogado, foi criado um cronograma de
abertura (militar > civil ligado aos militares > eleições diretas) e o
Pacote de Abril.
O sucessor militar, João
Batista Figueiredo continuou a abertura. Neste período, houve o estímulo de
exportações de produtos brasileiros - que deu certo. Entretanto, a crise
econômica persistia e a insatisfação popular apenas aumentava. Foi criada a Lei
da Anistia, perdoando todos os presos ou exilados acusados de crimes políticos,
e novos partidos políticos se organizaram. A partir daí, começou o movimento
popular Diretas Já!, solicitando as eleições diretas, que precisariam de uma
reforma constitucional. Porém, a reforma foi reprovada, e em 1985, por eleição
indireta, Tancredo Neves foi eleito presidente do Brasil. Neves veio a falecer,
todavia, antes de assumir a presidência; tomando o poder, então, seu vice, José
Sarney. Em 1989 as eleições diretas ocorreram normalmente, marcando o fim
definitivo do regime militar.
A Ditadura
na Argentina (1966-1973) começou com um golpe de Estado dado por
militares que assumiram o poder do país. Durante sua vigência, foi um dos
governos mais autoritários da América Latina no século XX. Na época acontecia a
Guerra Fria e os defensores da extrema direita entraram no comando com o
discurso de eliminar o comunismo.
O
período da Ditadura da Argentina teve início com um golpe militar no ano de
1966. O presidente Arturo Illia, que exercia o cargo legalmente, foi
deposto no dia 28 de junho e a partir de então se sucedeu uma série de governos
de militares até 1973.
Logo após a tomarem o poder, os militares colocaram em vigor o Estatuto da
Revolução Argentina que legalizou as atividades dos militares. A nova
‘constituição’ proibia a atividade dos partidos políticos e cancelava quase
todos os direitos civis, sociais e político, acabando com a democracia. Ao
longo do período desse governo militar, três generais ocuparam o poder: o Juan
Carlos Onganía, Roberto Marcelo Levingston e Alejandro Agustín Lanusse.
As crescentes manifestações populares causaram as eleições para novo presidente
na Argentina em 1973. A população queria Perón no governo do país, mas o
candidato foi barrado por as leis alteradas, barrando sua candidatura.
Impossibilitado de ser eleito, Perón e o povo passaram a defender a candidatura
de Hector José Cámpora, que saiu vitorioso no pleito.
Embora o período de duração da Argentina tenha durado
apenas sete anos, bem menos que os 21 anos no Brasil, esse período se
caracterizou como cruel e sangrento, a estimativa é de que aproximadamente 30
mil argentinos foram seqüestrados pelos militares, que utilizavam métodos de
torturas e assassinatos. Os opositores que conseguiam se salvar fugiam do
país, o que representa aproximadamente 2,5 milhões de argentinos. O governo
autoritário deixou marcas na Argentina mesmo após a ditadura, com a democracia
poucos presidentes conseguiram concluir seus mandatos por causa da grande
instabilidade econômica e social.
O
Paraguai passava por muitos golpes políticos quando em 1954 ocorreu à posse do
general Stroessner e, com a ajuda do partido Colorado, instalou-se uma ditadura
repressora no país.
Uma
das formas de se manter no poder que o general Stroessner utilizou foi um
regime que fez com que os líderes democráticos se exilassem. Além disso,
Stroessner controlava diretamente as forças armadas.
Nessa
época, a Igreja pedia que os presos políticos fossem soltos, diante disso, ele
reagiu expulsando vários sacerdotes do país. No campo da economia, o Paraguai
foi marcado por contrabando e pela inauguração da usina hidrelétrica de
Itaipu.
O
general Stroessner foi derrubado durante um golpe militar interno e foram
realizadas e organizadas eleições multipartidárias livres pela primeira vez em
1993. Um ano depois, o Paraguai se juntou a Argentina, Brasil e Uruguai para fundar
o Mercosul, uma colaboração econômica e política regional.
A ditadura no Chile se iniciou em 1973, com um golpe militar, liderado
pelo general Augusto Pinochet. A partir daí, o Chile passou a viver uma
terrível ditadura, preocupada em perseguir a oposição. Apesar da violência
diária vivenciada por todo aquele que fosse considerado “comunista”, os altos
índices de crescimento econômico ajudaram Pichonet a se manter no poder.
Entretanto, no final da década de 1980, as pressões políticas
internacionais e internas começaram a desestabilizar a ditadura chilena. Sofrendo pressões de outros países
(principalmente E.U.A) para legitimar seu governo, o ditador convocou um plebiscito junto à população. A
opção “sim” mantinha o ditador no poder, enquanto o “não” obrigava-o a convocar
eleições diretas para presidente no ano seguinte. Os militares estavam confiantes de sua vitória, enquanto a
esquerda e os descontentes com o regime do país queriam aproveitar os 15
minutos diários que eles teriam durante um mês, em todas as emissoras chilenas,
para expor as consequências causadas pela repressão.
Por fim, grande parte
do povo votou pelo fim do regime militar. Em 1989, o Chile passou por eleições
diretas, e Patricio Aylwin foi eleito presidente pela Coalização de Partidos
pela Democracia. A ditadura chilena se encerrou no dia 11 de março de 1990, com
a posse do novo presidente civil.
O processo de transição da ditadura militar para a democracia, no
Uruguai, ocorreu na década de 1980. Até então, o regime militar comandava o
país (de 1973 a 1984). O regime militar era composto por duas linhas contrárias
de pensamento. O primeiro grupo via uma oportunidade de retornar a
democracia. Já o segundo grupo,
rejeitava a ideia de redemocratização do país.
Houve um plebiscito, convocado pelo próprio regime, num processo de
acordo entre as partes. Esse acordo, pautado na expulsão de pessoas e partidos
políticos, tinha como concepção que esta dita “democracia” deveria ser
“tutelada” pelo regime militar. Ou seja, os militares ainda continuariam a
controlar a situação, ainda que parecesse que eles não controlassem.
Este controle foi exercido nos mais amplos aspectos da vida política
nacional: expulsão de partidos políticos e de candidatos, a proibição do
ingresso de lideranças políticas no país, controle e censura da propaganda
política, assim como restrição e censura nos debates públicos da campanha
eleitoral. E, para completar esse quadro, as prisões se encontravam cheias de
presos políticos.
A primeira manifestação, durante a pré-democratização, contra o regime,
por parte da sociedade, produziu-se no plebiscito de 1980. A segunda ocorreu
nas eleições de 1982. Já a terceira manifestação foi nas eleições nacionais de
1984, quando se instalou a democracia.
Escrito por: Beatriz Vieira, Bianca Raicik, Gabriela Souza e Giovanna Machado